Matéria publicada em 12 de julho de 2024.
O Atelier Dudude Herrmann receberá neste domingo, 14 de julho de 2024, a Mostra de processo do novo espetáculo “Q…brou”, uma parceria de Dudude e Lina Lapertosa. A apresentação será às 11h e logo após será servido um almoço de confraternização, com cardápio vegetariano, elaborado pela Chef de cozinha Bárbara Tortato, e o link e confirme a presença: https://linktr.ee/dudude. Dudude é bolsista ativista da Rede Saúva Jataí e tem desenvolvido várias ações artísticas em seu atelier, em Casa Branca-Brumadinho/MG. O fomento da Saúva contribui com a manutenção do espaço e para que ela continue desenvolvendo seus projetos artísticos como o Concertos para a manhãs, Treino em Movimento, Encontro Prático de Inverno e Mergulho Treino Intenso. A montagem do novo espetáculo tem o patrocínio cultural da academia Smart Fit, através das leis de incentivo à cultura.
Dudude Herrmann conta que trabalhou com Lina Lapertosa nos anos de 1980, quando foi professora e coreógrafa da Companhia de Dança do Palácio das Artes, e que Lina sempre gostou de trabalhar com a linguagem da improvisação. Veio daí a ideia de convidá-la para fazer um trabalho juntas, em 2019, e, após uma pausa no processo de criação devido à pandemia de Covid-19, a montagem será apresentada ao público. “Veio para mim esse nome: “Q…brou”. Porque a Lina é minha colega de ofício, trabalhou numa companhia por 45 anos, sendo intérprete de vários coreógrafos, mas sua autoria, a sua própria dança ficou reservada a pequenos trabalhos”, comenta Dudude.

O nome do espetáculo remete à experiência artística de quase 50 anos de Dudude e Lina, que nunca desistiram e quebraram vários dogmas, sonhos e desejos, mas que trazem o pensamento de remendos com fios dourados, ou fios verdes, com ela diz. Dudude continua explicando da intenção de “poder colar esses desejos com a dignidade que nos é peculiar, na integridade de artistas oriundas de Belo Horizonte e que nunca saímos daqui”.
O trabalho em dança de ambas se complementa: uma se dedicando ao trabalho em companhias com um toque de virtuosidade e outra dedicada ao trabalho de improvisação e independente. “Chegamos com esse corpo cheio de memórias e eu sou a outra margem do rio. São duas histórias em cena. É uma memória que se atualiza e inspirada também na arte japonesa da colagem (Kintsugi)”, conta Dudude.

“Q…brou” é um trabalho sensível que utiliza da estrutura da improvisação, onde as artistas exercem sua liberdade de atuação. A equipe conta com a Direção de Dudude Herrman, Margô Assis na assistência de direção. Lina Lapertosa e Dudude Herrmann na atuação, Thaís Mol na direção de arte, fotografia e vídeo, figurinos Patrícia Guerra da Auá – Atelier de Moda Pluricultural, Joana Sanglard nos objetos de cena, Maria Clara na iluminação e Luiz Naveda na trilha sonora. Com o patrocínio que receberam, a parte da produção envolvendo a equipe poderá ser executada até o final do ano, quando o espetáculo fará sua estreia.
“Quando construímos um trabalho de arte, ele precisa ser maior do que quem o faz. Criamos um campo de imanência para que ele possa brotar. E no “Q…brou” está acontecendo isso, muitas vezes queremos colocar uma ideia nossa, mas é negado, não é isso. Trabalhamos como oráculo o livro “Treino em Poema”, de Kazuo Ohno, e começamos esse processo muito bacana para irmos abrindo o desejo e o apetite de estarmos juntas”, conclui Dudude.

Conheça um pouco mais a trajetória das artistas
Lina Lapertosa tem em seu currículo estudos na Juliard School, de Nova Iorque, por meio de bolsa da Capes-Fribright-Laaspau. E ainda aperfeiçoamento em técnica clássica com Claudette Squarnec, em Paris; com David Horward, em Nova Iorque; na Undang Academy, em Londres e no Balé Bolshoi, em Moscou. Trabalhou com consagrados coreógrafos sul-americanos da atualidade como: Luiz Arrieta, Júlio Lopes, Rodrigo Pederneiras, Tíndaro Silvano e Oscar Arrais.
Dudude investiga e pesquisa a dança improvisatória desde a década de 80, ampliando para a performance, e faz parte da geração do Grupo TransForma, nos anos 70. Professora, intérprete, coreógrafa, improvisadora, performer, diretora de espetáculos, ministra aulas em diversas cidades do Brasil com foco na improvisação em dança. Para ela o improvisador necessita de autonomia, coragem, e pertencimento. Suas aulas têm como e a ativação dos sentidos perceptos, afectos, enfatizando sempre a fala como recurso de ampliação da consciência. O que estou fazendo aqui? Como? Por quê? Perguntas e perguntas, no desejo do jogo, na vontade do espaço, na perseguição por estados de dança. www.coisasdedudude.blogspot.com.br
Mais informações : https://linktr.ee/dudude